O Centro de Educação em Tempo Integral (CEDIN) Dilzelena Márcia Teixeira desenvolve um trabalho diferente com seus alunos e alunas nas aulas de contraturno. Na de Sala de Linguagens, do Cedin, os alunos aprendem crochê como atividade escolar ministra pela professora Maria de Fátima Demartino.
“É porque aqui neste espaço, nós trabalhamos com crochê, música, teatro, marionetes, boi de mamão, dobraduras, fuxico, enfim, tudo relacionado à arte e a cultura”, afirma a professora.
Hoje, 160 alunos frequentam o Cedin Dilzelena Márcia Teixeira, no bairro São Vicente e, desde o início da atividade em 2012, estima-se que mais de 1500 estudantes em contraturno escolar, já tenham passado pelas aulas.
Matheus Aquino da Silva está há cinco anos no Centro de Educação em Tempo Integral e, desde 2017, participa das oficinas de crochê. Ele já realizou alguns trabalhos e fez questão de levar e expor dentro de casa, como um paninho que enfeita o aparelho de som e um outro que fica pendurado na parede de seu quarto.
No começo, o aluno enfrentou algumas dificuldades: “Sentia muito medo, ficava nervoso, mas persisti e, com a prática, fui desenvolvendo minhas habilidades até chegar a produzir bastante materiais. Fico orgulhoso de mim mesmo”, diz o estudante.
“Levei um trabalho meu para a minha casa e minha mãe questionou se crochê não era coisa de menina. Eu disse para ela que não, que todo mundo tem o seu direito e espaço para fazer o que gostar. E eu adoro fazer crochê”, declara o estudante Eduardo Tilch Ambrósio.
“Essas oficinas desenvolvem muitas habilidades nas crianças: concentração, paciência, perseverança, coordenação motora, a questão do não desistir, de aceitar que errar faz parte do processo de aprendizagem. Desenvolve o lado emocional também e esses trabalhos manuais são muito utilizados como terapia, tanto é que temos alunos com síndrome de down, autismo”, revela a professora Maria de Fátima.
E todo material utilizado nas oficinas de crochê são frutos de doações. Uma empresa do ramo têxtil de Gaspar (SC), ao conhecer o trabalho desenvolvido no Cedin Dilzelena Márcia Teixeira, realizou uma grande doação no ano de 2017, como uma forma de incentivar a continuidade do projeto. Mas, as linhas já estão quase terminando e uma nova doação será muito bem-vinda para a unidade.
Além do crochê, outras oficinas são desenvolvidas na Sala de Linguagens. Tem bolsas (ecobags) feitas a partir de retalhos, para evitar o uso de sacolas plásticas, contribuindo para a preservação do meio ambiente e que, inclusive, já foram para Florianópolis e para França, durante uma conferência ambiental e o boi de mamão, por exemplo, que já rendeu apresentações na Volvo Ocean Race e em outras unidades de ensino de Itajaí. “No começo a gente fica um pouco com vergonha de fazer a apresentação, mas, quando a gente termina, e vai cumprimentar o público, minha nossa! Dá um orgulho danado, parece que a nossa alegria chega a transbordar pelo corpo”, afirma Bárbara Natália Dambros da Rosa, aluna do Cedin desde o ano passado.
“Em agosto, que é o mês do folclore e na semana do Município, em junho, nossa agenda fica lotada. São muitos convites de escolas, até particulares, para irmos fazer as nossas apresentações, tanto com o boi de mamão, como com marionetes, dedoches e exposições com os trabalhos que são desenvolvidos por aqui”, enfatiza a diretora do Cedin Dilzelena Márcia Teixeira, Adriana dos Santos.
“É muito gratificante ver eles aproveitando, se dedicando e tendo, a cada dia, novas oportunidades. Os alunos amam e a professora também. ”, finaliza Maria de Fátima, professora e idealizadora dos projetos.