Os reservatórios de água potável de Itajaí estão em nível crítico nesta manhã de quarta-feira (6). O desabastecimento ocorre em toda a área urbana do município e da vizinha Navegantes. A falta de água foi causada pela turbidez que desceu o rio Itajaí-mirim após chuvas intensas na região da nascente, em Vidal Ramos, prejudicando o tratamento convencional.
A principal Estação de Tratamento de Água (ETA) de Itajaí, localizada no bairro São Roque, já está produzindo em média 1.000 litros por segundo, mesmo com a turbidez quase cinco vezes acima do recomendado para a operação regular. Esta quantidade é insuficiente para superar o consumo e encher novamente os reservatórios. A economia de água por parte da população é o fator decisivo para a normalização mais rápida da distribuição.
Todos os boosters (bombas de recalque) da área urbana de Itajaí estão desligados por não haver pressão suficiente na rede para que eles possam funcionar. Isso significa que as áreas com maior altitude ainda não podem ser abastecidas.
A situação de turbidez excessiva no ponto de captação do Semasa, no canal retificado do rio Itajaí-mirim, ficou crítica na madrugada de terça-feira (5), com um pico de 7.552 ntu (unidades de turbidez) às 6h30 de ontem. O valor limite para o funcionamento correto de um sistema convencional de tratamento é 100 ntu. Desde então, as ETAs São Roque e Arapongas operavam em vazão mínima e com constantes interrupções para limpeza.
“Em situações extremas como essa, nossa operação entra em modo de contingência, nós aumentamos a dosagem dos produtos que retiram a sujeira da água e reduzimos o volume de produção para chegarmos na qualidade necessária para envio à rede”, explica o Engenheiro Químico José Adriano Kielling, responsável pelas ETAs de Itajaí.
Não há relatos de problemas nos sistemas rurais isolados, como Limoeiro e Brilhante. O Semasa não possui uma estimativa de normalização total da distribuição de água potável em todas as regiões porque neste momento o principal fator determinante da velocidade da recuperação é o consumo.