A Escola Básica Aníbal César, do bairro São Vicente, oferece aulas de Língua Portuguesa para estudantes estrangeiros que frequentam a unidade escolar. A ideia surgiu em fevereiro deste ano, quando a professora Rubia Cristina dos Santos e outros profissionais da unidade perceberam a dificuldade dos alunos de outras nacionalidades aprenderem conteúdos mais avançados, sem saberem o básico da Língua Portuguesa.
“Como ensinar a gramática, por exemplo, se esses alunos, na maioria das vezes, não tinham nem noção de vocabulário em português? Imagina também como era para eles aprender as diversas disciplinas, como história, geografia, matemática”, indagou a professora Rubia.
A partir destes questionamentos, a professora teve a ideia de lançar o curso de Língua Portuguesa para estrangeiros. O projeto começou com três alunos e hoje já são quase 20 que frequentam as aulas no contraturno escolar. Durante os encontros, os estudantes haitianos, venezuelanos e colombianos aprendem desde o alfabeto, até saudações, comandos e vocabulário.
“Temos encontros com o grupo todo, que acontecem uma vez por semana e aulas individualizadas ou em duplas, que realizamos uma ou duas vezes por semana. É muito interessante, porque já conseguimos ver a evolução dos alunos e, assim, eles ficam mais confiantes para o dia a dia nas aulas regulares”, destacou a professora Rubia Cristina dos Santos.
A ideia deu tão certo que a mãe de uma aluna venezuelana pediu para participar dos encontros e já está frequentando as aulas de português há quase dois meses. A intenção é ampliar o projeto para as famílias dos demais alunos estrangeiros.
Intercâmbio nas oficinas de comunicação
A professora Rubia, que também é a idealizadora das oficinas de comunicação, que acontecem nos recreios da Escola Básica Aníbal César desde o ano passado, teve a ideia de promover uma espécie de intercâmbio entre os alunos brasileiros e estrangeiros. Durante esses encontros, os estudantes fazem trocas de aprendizado, quando os estudantes naturais do município, por exemplo, aprendem palavras em espanhol e até em crioulo haitiano.
“É uma troca bem significativa. Eles fazem rodas de conversa e eu posso ir internalizando a gramática e até sobre a diversidade linguística que temos dentro do Brasil”, comentou a professora.