O Município de Itajaí vai reformar a caixa d’água situada na rua João Bauer, no Centro. O antigo reservatório de água tratada, inaugurado em 1954, passará por melhorias em sua estrutura a fim de preservar a integridade do patrimônio. O trabalho será feito pelo Semasa e engloba limpeza, pintura externa, correções na estrutura e nova iluminação. Os serviços devem iniciar em agosto, com prazo de 90 dias para conclusão.
Com 17 metros de altura e 15 metros de diâmetro, a caixa d’água é símbolo de um período de desenvolvimento econômico e social para o município, marcado pelo auge da exportação de madeira no porto. O reservatório era parte de um sistema de abastecimento, que contava também com tubulações e uma estação de tratamento de água, localizada no morro das Arapongas, em operação até hoje. “Com atos dessa natureza, o Semasa confirma sua responsabilidade social e seu compromisso com a história do município”, declara o diretor geral da autarquia, Rafael Luiz Pinto.
Desativada na década de 1990, a estrutura ainda é importante para o sistema de abastecimento por comportar três conjuntos de motobombas que aumentam a pressão da rede para imóveis dos bairros Centro e Fazenda, além de ajudar a abastecer o reservatório do Morro da Cruz. O prédio, construído no mesmo terreno, foi recentemente cedido à Fundação Univali, pelo Semasa, para ampliação do Hospital Infantil Pequeno Anjo.
Crescimento da população e demanda de água
A caixa d´água do Centro, inaugurada em sete de setembro de 1954, atendeu a demanda por água de uma população em crescimento. Na época, Itajaí contava com cerca de 50 mil habitantes. O historiador Edison d’Ávila conta que o governador itajaiense Irineu Bornhausen aceitou resolver esse problema, mas para isso a gestão da água, até então administrada pelo município, precisava passar para o estado.
Na época, o projeto foi elaborado pelo escritório de engenharia de Saturnino de Brito Filho e a obra executada pela Cobrazil, empresa que trabalhava na construção do porto. A gestão da água foi administrada pelo Governo do Estado até 2003, quando foi novamente municipalizada.
“Essa obra é um símbolo da arquitetura modernista e um dos mais bonitos reservatórios do Brasil. A manutenção dele é muito importante para a preservação da história de Itajaí”, destaca o historiador Edison d’Ávila.