A professora Patrícia Regina Wanderlinde Alves, da Escola Básica Judith Duarte de Oliveira, do bairro Itaipava recebeu um dos seis prêmios do Instituto Guga Kuerten (IGK) deste ano destinados a organizações e pessoas de Santa Catarina, que desenvolvem ou divulgam ações sociais envolvendo crianças, adolescentes ou pessoas com deficiência. A cerimônia de premiação foi na manhã desta quarta-feira (17), em Florianópolis.
“Sair do nosso espaço de sala de aula e vir até aqui receber esse reconhecimento e ver o nosso projeto invadindo outros espaços, não tem preço. É muito gratificante para toda comunidade escolar e também para o nosso Município”, enfatizou a diretora da escola, Luci Terezinha de Souza da Rocha.
“Fiquei muito honrada e emocionada com esse reconhecimento. E essa conquista é resultado de muita dedicação e parceria. Nosso maior objetivo é tornar os nossos alunos empoderados e capazes de mudar a vida das outras pessoas que estão a sua volta, dando auxílio para aqueles que mais precisam”, comemorou a professora Patrícia Regina Wanderlinde Alves.
Uma vez por ano, o Instituto Guga Kuerten promove o Prêmio IGK, que visa garantir visibilidade para pessoas e instituições catarinenses que, de alguma forma, contribuem com a inclusão social de crianças, adolescentes e pessoas com deficiência. A professora Patrícia recebeu o reconhecimento pelo trabalho desenvolvido na Escola Básica Judith Duarte de Oliveira com os alunos dos 5º anos sobre o combate ao desperdício de alimentos.
A iniciativa chegou a ser reconhecida pelo site da Organização das Nações Unidas em abril deste ano. “Projetos como o da professora Patrícia são fundamentais para uma alimentação escolar sustentável. Segundo a coordenadora do projeto Consolidação de Programas de Alimentação Escolar na América Latina e no Caribe (Programa de Cooperação Internacional entre Brasil e a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura/-FAO), Najla Veloso, esse tipo de trabalho concilia o aprendizado dos estudantes com outras áreas do conhecimento, criando conexões entre as realidades locais e o e o dia a dia de cada um”, destacou um dos trechos da reportagem do site da ONU. Para rever a reportagem, é só clicar aqui.
Através do trabalho contra o desperdício de alimentos, os estudantes gravaram um curta-metragem sobre o tema, criaram folders e cartazes, que foram distribuídos dentro da escola, em ônibus e pontos comerciais e ainda fizeram palestras para outras turmas da escola, que foram gravadas e disponibilizadas em um canal do Youtube.
Essa corrente do bem alcançou um patamar muito importante: o de colocar comida nas mesas das famílias menos favorecidas. A partir do projeto da escola surgiu uma campanha de arrecadação de alimentos. Até agora mais de 500 quilos já foram arrecadados e distribuídos para moradores do bairro Itaipava. Para a professora Patrícia, essa é só a primeira etapa de um projeto que será contínuo na unidade escolar.
“A fome não é uma vez ao ano, por isso o nosso projeto não se dá por encerrado. Vamos dar continuidade nos próximos anos, com as novas turmas, até porque a fome não espera. São pequenos gestos que fazem toda diferença e eu fico muito feliz ao ver os meus alunos sensibilizados com essa causa e por terem entendido o sentido de tudo isso”, comemorou a docente.
Os alunos da escola comemoraram a repercussão do projeto na ONU, a oportunidade de mostrar a iniciativa para o mundo e agora o reconhecimento do Instituto Guga Kuerten. “A fome é uma realidade, que muitas vezes passa pelos nossos olhos, mas nós não vemos. Temos que agradecer a professora Patrícia por ter aberto as nossas mentes neste sentido. Ela, com certeza, é uma inspiração para todos nós”, afirmou o estudante Aaron Pupo Muniz.